PIO SOARES CANÊDO
PIO SOARES CANÊDO 1909-1999
Doutor Pio formou-se em Direito pela UFMG em 1931 e advogou em Minas,Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Em Muriaé foi vereador (1936-37 e 1946 a 1950), prefeito nomeado (1945-46). Secretário de Estado, Deputado Estadual 3 vezes e Vice-Governador de Minas Gerais e Vice-Presidente do BEMGE.
Nascido em 21 de agosto de 1909
Falecido em 21 de agosto de 1999
Pio Soares Canedo era daqueles homens que já nascem com a política correndo nas veias. Herdeiro de um sobrenome tradicional de grandes homens que fizeram a história de Muriaé aparecer no cenário nacional, Pio Canedo era neto do Desembargador Antônio Augusto da Silva Canedo, primeiro Juiz de Direito de Muriaé que foi também Deputado Estadual e Federal. O pai de Pio, Afonso Canedo, foi Prefeito de Muriaé, seu tio Agenor Canedo foi Deputado Estadual, seu irmão Antônio Augusto Canedo foi Prefeito de Muriaé e Deputado Estadual, seu primo Ronaldo Passos Canedo foi Deputado Estadual e Federal e seu sobrinho Christiano Canedo foi Prefeito de Muriaé e Deputado Estadual.
Doutor Pio, como era conhecido pelos amigos, se formou bacharel em Direito pela UFMG em 1931 e advogou em Muriaé, Belo Horizonte e também nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Ingressou na vida pública no ano de 1936 quando foi eleito vereador pelo PRM ficando até 1937. Muito amigo do Governador Benedito Valadares, foi nomeado Prefeito de Muriaé, cargo que exerceu entre 1945 e 1946 já integrante do PSD, partido que veio substituir o PRM antigo. Foi novamente eleito vereador no mandato de 1946 a 1950.
Em agosto de 1946, a convite do Deputado Carlos Luz, mudou-se para Belo Horizonte e foi empossado como Secretário de Estado na Secretaria de Interior e Justiça e na pasta da Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho em novembro de 1946. Foi um período conturbado na política estadual com várias mudanças de interventores estaduais. Já no início de 1947 voltou para Muriaé e continuou exercendo seu mandato de vereador com grande brilhantismo.
Foi eleito Deputado Estadual para as legislaturas 1955-1959, 1959-1963 e 1963-1967. Na Assembléia persistiu na luta pelos interesses de Minas e de Muriaé, chegando a ser Presidente da casa no ano de 1962, líder de Governo, líder da maioria e da minoria. Nesta época fez parte do Conselho Consultivo do Banco Mineiro da Produção, no governo de Juscelino Kubitschek.
Em 1966 renunciou ao mandato de Deputado Estadual para exercer o cargo de Vice-Presidente do Estado de Minas Gerais, eleito que fora na chapa junto ao Governador Israel Pinheiro (1966-1971). Concluído o mandato, não mais se candidatou a outro cargo eletivo.
Pio Soares Canedo, este político nato, de carisma inigualável, foi diretor da Fundação João Pinheiro e Vice-Presidente do Banco do Estado de Minas Gerais – BEMGE e também Presidente do Conselho Nacional de Política Penitenciária.
Pio era “velha raposa política” do antigo PSD, partido que em Muriaé recebia o apelido de “Puaia” e se contrapunha aos “Goteira”, apelido dos militantes da antiga UDN. Quando se extinguiram os antigos partidos em 1965, ajudou a fundar a ARENA, que em Muriaé se dividiu em ARENA 1 (Puaias) e ARENA 2 (Goteiras). Mais tarde tornou-se parte indispensável do PDS, partido criado depois de liberadas as agremiações políticas de se agruparem livremente.
Escreveu dois livros: Memórias Políticas de Minas e Barbacena: O Sentido da Permanência.
Foi casado em primeiras núpcias com Mazília Gontijo com quem teve uma filha: Auta Isla Gontijo Canedo. Ficando viúvo casou-se novamente com Maria Ângela de Medeiros Canedo tendo o casal 3 filhos: Ângela Maria, Maria Cândida e Pio Soares Canedo Júnior.
Pio Canedo faleceu aos 90 anos, no dia de seu aniversário, em 21 de agosto de 1999. Vários jornais noticiaram a grande perda em matérias de página inteira, pois Minas Gerais perdia o último representante do velho jeito mineiro de fazer política: com seriedade, fidelidade partidária, respeito aos companheiros e serenidade. Pio afirmou em sua última entrevista: “O primeiro requisito para um político, para sua marcha triunfal, é o da lealdade partidária.”
Nas palavras de Fábio Doyle, jornalista pertencente à Academia Mineira de Letras, “Ninguém, que eu tenha conhecido, foi mais mineiro na atividade política, no que ela tem de mais nobre, do que Pio Canedo. (...) Nunca aceitou um posto de ministro, que tantas vezes lhe foi oferecido. (...) um conselheiro lúcido, correto, indispensável nos momentos mais difíceis da história de Minas”.